DA COLEÇÃO: Katmandu – “Katmandu” (1991)

 


Katmandu – “Katmandu”

Lançado em 1991

Epic – IMP. – XXmin

 

Num passado muito distante, Dave King, do Flogging Molly, foi vocalista de bandas de Hard Rock. Sim, o bastião do Irish punk teve seus dias de lycra e laquê quando isso era tendência. Tudo começou no Fastway, ao lado de “Fast” Eddie Clarke, cuja “Say What You Will” foi tema de abertura do seriado Armação Ilimitada da Rede Globo nos anos 80.

 

Depois de três álbuns à frente do grupo — “Fastway” (1983), “All Fired Up” (1984) e “Waiting for the Roar” (1985) —, King atendeu ao chamado de David Geffen para assumir o microfone naquele que seria o novo supergrupo norte-americano. Chegando aos Estados Unidos, o vocalista foi incorporado ao núcleo que já contava com o experiente Mandy Meyer (Krokus) na guitarra, além de Caine Carruthers (The Untouchables) no baixo e Mike Alonso (The Meanies) na bateria. A sintonia entre King e Meyer foi fina, resultando na composição de sete músicas para o vindouro álbum de estreia do Katmandu, que chegaria às lojas em 1991, trazendo, além dessas sete, outras cinco faixas que bebem e muito na fonte de The Who e Led Zeppelin.

 

Apesar do histórico punk rock, Carruthers e Alonso ditam o ritmo perfeito para Meyer mandar ver em riffs e solos dos mais furiosos, além de doses generosas de improvisação, como nos singles “The Way You Make Me Feel” e “When the Rain Comes”. As prediletas deste autor, “Ready for the Common Man” e “Medicine Man”, são um grude só e pedem volume máximo em seus refrães grudentos. A rural “Heart and Soul” cativa por sua simplicidade. Há ainda um cover para a obscura “God Part II” do U2 e duas power ballads ou quase isso: “Sometime Again” e “Let the Heartache Begin”. A primeira conta com uma letra digna de reflexão para quem acabou de dar ou levar um pé na bunda, enquanto a segunda possui o melhor solo de guitarra do disco.

 

Sem sucesso nas vendas e nenhum hit nas paradas, o Katmandu encerraria suas atividades em 1992. Dave King recolheria suas músicas — escritas para o lançamento seguinte do grupo —, voltaria para o Reino Unido e formaria o Flogging Molly em 1997. Mandy Meyer também voltaria a sua terra natal, a Suíça, para uma estada de oito anos no Gotthard. Atualmente, integra o Unisonic de Michael Kiske e Kai Hansen.

 

Texto originalmente publicado no site Metal Na Lata em 10 de maio de 2017.

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