REVIEW: Michael Schenker Group – “Immortal” (2021)


Michael Schenker Group – “Immortal”

Lançado em 29 de janeiro de 2021

Shinigami Records – NAC. – 45min


“Valente é o coração quando o amor cega os olhos com a fé”. Poderia ser Shakespeare, mas é Ronnie Romero em “Sail the Darkness”, uma das dez músicas que compõem “Immortal”, novo álbum do Michael Schenker Group depois de uma década. O mote é de comemoração — 40 anos de existência do grupo e 50 de carreira de seu líder —, mas tal como “Batman Eternamente” (1995) ou o ataque rubro-negro daquele mesmo ano formado por Sávio, Romário e Edmundo, o elenco empolga mais do que o filme/os resultados em si. 



De elenco Schenker entende. Músico dos mais bem-relacionados no meio, conta sempre com verdadeiros dream teams nas suas empreitadas. Em “Immortal” não é diferente. Só vocalistas são sete: Ralf Scheepers (Primal Fear), Joe Lynn Turner, Gary Barden, Doogie White, Robin McAuley, Michael Voss — que coassina a produção — e, representando a nova geração, o já citado Romero. Completam o escrete o baixista Barry Sparks, os bateristas Brian Tichy, Simon Phillips e Bodo Schopf e os tecladistas Steve Mann — que também toca guitarra base — e Derek Sherinian. 



O problema é que faltam em “Immortal” músicas que façam jus ao título do álbum; hinos que, a exemplo das quarentonas “Armed and Ready” e “Into the Arena”, serão capazes de empolgar daqui a quatro décadas, sobrevivendo ao implacável teste do tempo rumo à imortalidade. Pode até ser que entre um porre e outro eu morda a língua, mas à luz da primeira meia dúzia de audições, a conclusão é essa. 



Outro fator que depõe contra o trabalho é ferida que o tempo é incapaz de curar: a guitarra estar soterrada na mixagem carregada no grave de Voss. Mesmo nos solos, quase todos no esquema “punheta, mas nem tanto”, a flying-V bicolor mais icônica do rock não se impõe nem brilha como deveria, interferindo no itinerário da jornada de Schenker enquanto protagonista do espetáculo.



Há que se admirar, no entanto, o fato de que “Immortal”, exceto pelas partes de Schenker, foi totalmente gravado de maneira remota; um sinal dos tempos pandêmicos que obrigam artistas a reinventar seu modus operandi. E há que se verificar a presença daquela que Michael define como a música mais importante de sua carreira: “In Search of the Peace of Mind”, a primeira que compôs, aos 15 anos, encerra o repertório em clima de “We Are the World”, com Romero, Barden, White e McAuley se revezando no vocal principal e no expediente de transmitir uma mensagem cujos maiores méritos são a pureza e a atemporalidade. 


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Comentários

  1. Esse esquema do Schenker de trazer vários vocalistas não desce bem, na minha opinião. De todos, eu gosto muito mais do timbre do McAuley. Apesar disso, eu achei o disco muito bom, bem melhor que os anteriores que seguiram essa linha de vários cantores. Vale lembrar que o Bodo Schopf e o Steve Mann estavam com o guitarrista durante o McAuley Schenker Group.

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