Mother Road – “II”
Hellion Records – NAC. – 44min
O nome Mother Road foi inspirado na Route 66, talvez a mais icônica autoestrada da malha rodoviária dos Estados Unidos. Escolha plausível dada a quilometragem percorrida pelo vocalista norte-americano Keith Slack até que o destino o colocasse lado a lado com o guitarrista alemão e ex-Soul Doctor Chris Lyne: além de ter gravado a dobradinha “Metallic Blue” (1998) e “...Slaves Of The New World...” (1999), do Steelhouse Lane, Slack cantou no único álbum do Mudpie (2002), o qual também produziu, e em três ao vivos do Michael Schenker Group.
A proposta do quarteto — completado pelo ex-Dokken Barry Sparks no baixo e pelo ex-companheiro de Lyne no Soul Doctor Zacky Tsoukas na bateria — é um classic rock de tempero blueseiro e pegada setentista. Os timbres de guitarra são gordos, como manda o figurino, e a temática das letras gira em torno do palatável, dos dilemas e situações do cotidiano de quem é feito de carne e osso e alterna dias em que não leva desaforo para casa com outros em que aproveita para chorar no banho.
Como o próprio nome leva a deduzir, “II” (ou “Two”) é o segundo trabalho dos caras, e os sete anos que o separam da estreia, “Drive” (2014), foram de aprimoramentos, tanto na parte composicional quanto na execução em estúdio. Embora dificilmente tenham gravado juntos ao vivo, os quatro soam entrosados e, sobretudo, orgânicos, como uma banda ciente do domínio que exerce em cima do palco e sobre o público.
Embora cada parte seja imprescindível para o todo, é impossível não virar os holofotes para Lyne. “Fools Gold” e “Sticks and Stones”, que abrem o trabalho, já dão um vislumbre da competência do cara enquanto solista: na primeira, a velocidade no sobe e desce de escalas é mandatória; na segunda, o improviso come solto dentro de uma fôrma só. Vale ressaltar que seus riffs e bases são classe A, também; seja na balada “Without You”, seja no frenesi pontuado por metais de “Cold Heat”.
A única crítica deste resenhista vai para a ausência de um encarte mais completo no CD. Mas basta dar um Google para sacar que a banda, apesar do calibre musical, não aplica o mesmo capricho na divulgação de seu trabalho. A saber, nenhum videoclipe foi feito, e músicas candidatas para tal, só em “II” temos dez.
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