ENTREVISTA com Stix Zadinia (Steel Panther): “Cada letra nossa é inspirada por situações reais”

 


“Os anos 80 voltaram com tudo”, diz o press-release da única apresentação que os californianos do Steel Panther farão na capital paulista no próximo dia 19 de outubro, quinta-feira. 

Faz sentido: embora tenha surgido no início de 2000, primeiro com o nome Metal Skool, o grupo composto por Michael Starr (vocal), Satchel (guitarra), Stix Zadinia (bateria) e Spyder (baixo) abusa de cabelos — ou perucas — esvoaçantes, bandanas, leggings e maquiagem para promover uma verdadeira catarse no palco. Musicalmente, homenageiam grandes nomes do chamado glam metal enquanto nas letras tiram o maior sarro dos clichês do estilo.

Tive a oportunidade de conversar, por telefone, com Zadinia, que, entre outras coisas, disse qual música do Steel Panther acha ideal para arruinar um almoço em família e deu detalhes da festa mais louca de que já participou enquanto estava em turnê.

Boa leitura!


Por Marcelo Vieira

Transcrição: Leonardo Bondioli

Fotos: Mercury Concerts / Divulgação


Marcelo Vieira: O press-release do show diz que “Os anos 80 voltaram com tudo”. Você concorda?

Stix Zadinia: Concordo. Você e eu estamos ao telefone agora e eu toco heavy metal no estilo dos anos 80, então eu diria que sim. Estamos indo para a Austrália, cara! Isso diz muito, sabe? Significa que as pessoas do mundo todo querem se divertir com esse som que todos nós amamos!


MV: Esta será a segunda vez que o Steel Panther se apresenta no Brasil. Qual a lembrança mais marcante que você tem de tocar para o público brasileiro?

SZ: As mulheres bonitas. Sinceramente, essa é minha lembrança mais marcante. E depois disso, a maneira como os fãs brasileiros abraçam o rock ‘n’ roll e o heavy metal, o que é muito bom, porque aqui nos Estados Unidos e em muitos lugares ao redor do mundo, há muitos outros estilos muito mais populares, como EDM e música pop, mas na América do Sul, e especialmente no Brasil, nas três cidades onde tocamos, a realidade era outra, e eu adoro isso.


MV: “On the Prowl” é o sexto álbum da banda. Qual o segredo para manter a vibe sempre única e evitar desgastar a fórmula?

SZ: Por mais que as pessoas possam pensar que não levamos a sério o que fazemos, levamos muito a sério a tentativa de tornar os álbuns que fazemos interessantes, mantê-los atuais, não repetitivos, não redundantes. E quando você é compositor, tem certas coisas às quais tende a se inclinar, tem ferramentas às quais tende a recorrer, e pode acabar caindo na armadilha em que muitas bandas caem. No Steel Panther, não queremos fazer o mesmo disco duas vezes, porque não gostamos quando as bandas de que gostamos fazem isso, então não queremos fazer o mesmo com nossos fãs. Queremos dar a eles algo novo, mas que cumpra as expectativas, sabe? Não podemos simplesmente dizer “Eis aqui o Steel Panther fazendo um disco de jazz”; temos que permanecer dentro do gênero, porque não queremos perder as pessoas que amam o que fazemos. É um tremendo desafio manter todos interessados sem apenas bater na mesma tecla até cansar.


MV: Alguma das letras do novo disco foi inspirada em situações reais ou experiências pessoais?

SZ: Ai, meu Deus! [Risos.] Cada letra nossa é inspirada por situações reais. Escrevemos sobre o que vemos e a partir de nossas experiências de vida. Às vezes podemos dar uma pitada de liberdade criativa e carregar na tinta um pouco, mas a maioria das coisas é totalmente real.


MV: Há alguma música específica do novo álbum que você gostaria de destacar como uma de suas favoritas?

SZ: Talvez a “On Your Instagram”. Nos dias de hoje todo mundo está no Instagram e nas redes sociais, todo mundo tem um smartfone e todas essas coisas, e essa é uma música que fala sobre como as pessoas criam vidas falsas na internet. No Steel Panther, sentimos falta de quando você costumava ter que encontrar com as pessoas e conversar com elas pessoalmente, apertar as mãos, dar abraços e todas essas coisas. Não somos uma banda política e não estamos tentando cagar regras, mas esse mundo das redes sociais é muito fascinante, e escrever sobre isso foi muito interessante.


MV: Qual foi a coisa mais inesperada ou engraçada que já aconteceu num show de vocês?

SZ: Quando tocamos na Wembley Arena, acho que foi em 2014 ou 2015, alguém deu à luz durante o nosso show. É sério; alguém pariu durante um show do Steel Panther! [Risos.]



MV: Conheci uma garota e preciso de uma música do Steel Panther para ser a trilha sonora de um encontro romântico. Qual você recomenda e por quê?

SZ: “Weenie Ride”.


MV: Que título de música do Steel Panther daria um bom nome de bebida alcoólica?

SZ: “Gloryhole” ou “Bukkake Tears”.


MV: Que música do Steel Panther você acha ideal para arruinar um almoço em família?

SZ: Essa é boa! [Risos.] Eu diria que “Magical Vagina”, “Eatin’ Ain’t Cheatin’” ou “She’s on the Rag”.


MV: Até hoje se comenta de quando o Steel Panther lançou um clipe no Pornhub. Você consome este tipo de conteúdo adulto?

SZ: Sim, assisto quando preciso. Não o tempo todo, não uma noite inteira, mas de vez em quando, pois ajuda o dia a passar mais rápido.


MV: Qual categoria você costuma privilegiar?

SZ: Gosto de Cougars, MILFs e coisas do tipo.


MV: Você poderia descrever a festa mais louca de que já participou enquanto estava em turnê?

SZ: Houve muitas festas loucas, especialmente com o Steel Panther, e “17 Girls In A Row” não foi inventada do nada. Acho que foi em Hamburgo ou Colônia, na Alemanha, não me lembro, mas as coisas saíram um pouco do controle e ficaram levemente convidativas, e quando tudo isso acontece ao mesmo tempo, o resultado não é outro que não uma noite selvagem! Acordei na Suécia no dia seguinte sem saber em que país estava, e havia uma garota alemã no nosso ônibus, e ela teve que voar para casa porque não estava nos seus planos ir para a Suécia.


MV: Você consegue imaginar o Steel Panther fazendo algo como um MTV Unplugged no futuro ou isso seria um tremendo fim de carreira?

SZ: Não só não seria como acho que arrasaríamos! Falem o que quiserem sobre nosso visual, condenem o quanto quiserem as nossas letras; todos sabemos tocar nossos instrumentos e somos todos músicos muito, muito habilidosos. Além do mais, seria muito divertido fazer uma versão acústica de “Gangbang at the Old Folks Home” na frente de um pequeno público e transmitir pela televisão.


MV: Quando o Steel Panther se aposentar, o que você pretende fazer da vida?

SZ: Quando eu crescer e tiver que arranjar um emprego... acho que vou tentar fazer parte de uma banda de heavy metal.



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