Desde seus dias com o Talisman até os projetos mais recentes como o W.E.T., Jeff Scott Soto demonstrou uma versatilidade e talento inegáveis como cantor e compositor. Enquanto muitos artistas se contentam em repousar sobre os louros de seus sucessos passados, Soto continua a desafiar-se, explorando novas fronteiras musicais sem perder de vista seu legado.
Lenda viva do rock e do metal, ele abriu as portas de sua mente criativa em um bate-papo curto, porém franco e revelador, compartilhando insights exclusivos sobre sua multifacetada carreira e até mesmo o que os fãs podem esperar do setlist especial planejado para a vindoura turnê com o Angra e a apresentação no Summer Breeze Brazil este mês.
Boa leitura!
Por Marcelo Vieira
Fotos: André Tedim/Divulgação
Em uma sessão de perguntas e respostas que você realizou no Instagram algum tempo atrás, perguntei qual álbum você acreditava representar melhor quem você é como artista em sua totalidade; não apenas como intérprete, mas também como compositor, arranjador etc. Você respondeu “Damage Control” (2012). Gostaria de saber se essa escolha ainda se mantém hoje.
Eu diria que sim. Embora tenha feito muuuita coisa desde então, sempre é mais gratificante quando você pode levar o crédito pela maioria das músicas em um álbum. Não diria que estou muito preguiçoso para fazer isso nos dias de hoje, é apenas que prefiro trabalhar com ótimos músicos que sabem como fazer as músicas brilharem mais tanto na escrita quanto na performance.
Falar sobre o impressionante número de álbuns que você gravou é chover no molhado. Entre essas centenas de trabalhos, há aqueles que são inegavelmente famosos e reconhecidos, mas há outros que poucas pessoas, além dos fãs mais fervorosos, sabem que existem. Desses trabalhos mais “obscuros”, quais você considera os “desconhecidos”?
Aqueles que a maioria das pessoas conhece são porque estou mais próximo tanto na minha alma quanto no comprometimento. Há uma infinidade de trabalhos que fiz e de que me esqueci completamente. Houve uma vez em que uma das minhas músicas estava tocando em alto-falantes em um evento em que eu estava, alguém disse “adoro essa música com você, Jeff”, e tudo que eu conseguia pensar era “que música é essa, nunca a ouvi”, mesmo sendo eu cantando. [Risos.]
Em centenas de trabalhos, você teve a oportunidade de gravar com muitos pesos pesados do rock e do metal, mas com certeza ainda não teve a chance de gravar com muitos outros. Pensando nos músicos com os quais já colaborou, qual seria a sua banda dos sonhos?
Realizei todos os meus desejos de parcerias musicais tanto com vivos quanto com gente que já se foi. Para mim, minha banda dos sonhos é uma que permaneça unida até eu me aposentar!
Você poderia nos contar sobre sua história com o Angra?
Conheci os membros do Angra nas minhas idas ao Brasil. Acredito que o Kiko [Loureiro, ex-guitarrista] foi o primeiro que conheci; depois Felipe [Andreoli, baixista], Bruno [Valverde, baterista] e o resto. Dei uma canja com eles em um festival nos EUA chamado Progpower [em 2015] e temos mantido contato desde então.
Quais são as suas expectativas para os shows ao lado da banda?
Estou ansioso para o que faremos juntos em seus sets todas as noites quando estiver em turnê com eles, mas não posso revelar nada ainda!
A promessa para o show no Summer Breeze Brazil é um setlist dedicado ao Talisman, W.E.T. e músicas solo; pelo menos é o que diz no comunicado de imprensa do evento. Quais músicas de sua carreira você diria que são “obrigatórias”? E haverá alguma surpresa a esse respeito; talvez uma música que não seja tocada há muito tempo?
Vou cantar algumas músicas que nenhuma dessas bandas nunca tocou ao vivo, mas, é claro, que clássicos do Talisman que aparecem em todos os shows solo como “I’ll Be Waiting” e “Mysterious” não ficarão de fora. Haverá muitas surpresas pela frente; espero aprender tudo a tempo! [Risos.]
Quais são os planos de Jeff Scott Soto para o segundo semestre de 2024 em termos de álbuns, colaborações e turnês?
O novo álbum do W.E.T. está pronto, mas não sei que mês será lançado. Lancei dois álbuns em fevereiro; acho que três em um ano é mais do que suficiente! Tenho muitos shows marcados ao redor do mundo, mais datas da turnê de 40 anos, outros acústicos com Jason Bieler [do Saigon Kick] e acredito que outra visita à Indonésia para fazer mais do que fiz no ano passado.
No Brasil, brincamos que você não sabe o que são férias. Mostre-nos que estamos errados e nos conte o que você costuma fazer em seu tempo livre que não tenha a ver com música.
Acho que vocês estão certos. Não acredito em férias porque fazer o que faço para viver me oferece lugares para visitar, relaxar, ver coisas novas e ser aventureiro. Para mim, isso é uma descrição de férias, então, sim, me sinto de férias toda vez que caio na estrada!
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